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Isto não é para mim!

  • Foto do escritor: Taty Mendes
    Taty Mendes
  • 17 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de ago. de 2021

A história começa assim: luta, esforço, trabalho, sofrimento, perdas, tristeza… e, de repente, as coisas começam a dar certo. Deveríamos nos alegrar com as nossas conquistas, mas uma voz lá no fundo nos diz “Isto não é para mim”.

Ao assistir ao programa Saia Justa, a fala da deputada Tabata Amaral ecoou em mim. Ela conta que aos 13 anos conseguiu uma bolsa para estudar em uma escola particular e, pela primeira vez, foi questionada sobre o que ela desejaria cursar na faculdade. Veja só! Para uma menina da periferia não havia a possibilidade de sonhar e a preocupação com o presente era tão grande, que o futuro não estava em pauta. Mais tarde ela foi admitida em Harvard e chegou a negar alegando “Isto não é para mim”.

Penso em como nos acostumamos e nos acomodamos com o fato de que a realidade ideal é a do sofrimento. Ela mereceu estar em Harvard e, portanto, é para ela sim. Internalizamos que somos pecadores, estamos em um mundo de provas e expiações, a felicidade não é deste mundo, o mundo é sofrimento e vivemos uma eterna samsara, pensando que o nirvana está longe! No entanto, todas estes pensamentos são facilmente quebráveis por ideias que geraram estas mesmas teorias limitantes.

Infelizmente preferimos guardar em nossos corações as mensagens do tipo “O meu Reino não é deste mundo (João 18:30)” do que “Vim para que tenham vida, e a tenham em abundância (João 10:10)”.

O fato é que passamos a não aceitar uma família feliz, visto que todos que conhecemos estão se separando. Da mesma forma, não posso amar o meu trabalho, se todos os memes são “odeio segundas-feiras”. Parece errado eu ter dinheiro para viajar ou comprar alguma coisa, se a crise se instalou no país. Não posso dizer que sou feliz se a cada 40 segundos uma pessoa comete o suicídio no mundo. Pensamentos como estes nos levam ao processo da autossabotagem em todos os níveis. Acontece como se tivéssemos uma voz oculta dizendo “você não merece”.

Esse sentimento da estagnação na vida sofrida vem nos levando a acreditar que a felicidade é algo tão raro que possivelmente é arriscada demais que paramos de sonhar. Ressalto que a falta de planos para o futuro é um dos sintomas do suicida e precisamos incentivar a nós mesmos e o outro a sair do pensamento cristalizado da culpa que resiste na fala “quem sou eu para ter a felicidade”. Você concorda que o mundo não precisa mais deste tipo de energia infeliz?

Raul Seixas

Preciso dizer para você que o mundo está mudando. Você precisa cristalizar o pensamento “eu sou amada (o) e mereço toda felicidade do mundo”, pois vivemos no mundo da informação, da comunicação e das possibilidades. Se você não confia no caminho, não vai sair do lugar. Devemos nos lembrar que grandes países cresceram com a mentalidade positiva do “EU POSSO” e que virou o grande jargão nacional “YES WE CAN”.

Ninguém cresce sem confiar que o crescimento é um caminho seguro. Dizer que estou bem e que a vida é muito boa deve ser o nosso mantra e não causar estranheza. Recentemente, apoiei amigas que se libertaram desta voz oculta e resolveram aprender a dançar depois dos 40 anos, que precisou ser encorajada para dar uma palestra numa faculdade federal que tanto admira, que abriu uma empresa de sucesso aos 26 anos, que resolveu começar a viajar sozinha após os 62 anos, que aceitou a família linda que tem, outra que aos 60 anos resolveu recomeçar e está com uma energia de uma menina que se lança na vida com toda alegria do mundo! Viu? Você também pode.

Liberte-se da culpa de ser feliz e se permita. Precisamos desta energia para movimentar o mundo em uma força positiva. Lembre-se um doente não consegue cuidar de outro doente. Não precisamos ficar todos maus. Na verdade precisamos que as pessoas cresçam, vivam em abundância, comemorem e ajudem ao próximo a chegar lá também.

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