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O Homem Jesus

  • Foto do escritor: Taty Mendes
    Taty Mendes
  • 5 de mar. de 2018
  • 4 min de leitura

Eu nunca consegui me interessar pelo Jesus das religiões, até conhecer o homem Jesus .


JesusHoje
“Como os teus olhos foram abertos? Ele respondeu: O homem chamado Jesus fez barro, aplicou em meu olhos e me disse: Vai ao [tanque de] Siloam e lava-te. Assim, depois de partir e me lavar, recobrei a visão.” João 9:11

Como tradicionalmente ocorre na minha cidade, estudei em uma escola da Igreja Católica. Realmente são escolas muito boas! Influenciada por uma avó católica, fiz a primeira comunhão, como todos os meus colegas. Neste momento, comecei a dar trabalho. Era um Frater bem velhinho o nosso professor, e ainda adolescente (12 anos), queria entender o que se passava comigo, visto que já vivia efeitos da mediunidade ostensiva desde sempre. A minha avó, respondia com toda paciência daquela época: “Alma não existe”, “Morreu e acabou tudo”, mas ela rezava para os Santos e eu questionava “Mas se eles morreram, eles não existem mais”, e ela, pacientemente respondia “Estes existem. Agora vai ali buscar um pente para mim”. Se naquele tempo, eu tivesse acesso aos Padres que hoje conheço e aos ensinamentos do Papa Francisco que hoje admiro tanto, não teria tanta revolta com as religiões como tive naquela época.

Então, concluí a primeira comunhão e ia para a missa todos os Domingos, por que era o certo a se fazer. Como tinha muitas perguntas, e era muito tímida para perguntar para alguém, eu me sentava na primeira fileira da Igreja e prestava atenção em tudo o que o Padre dizia. Um dia, eu ouvi que Deus estava lá no céu, com uma lança apontada para as nossas cabeças e, como toda atitude adolescente quando ouve apenas uma fala infeliz, eu me revoltei. “Estou aqui pedindo amor e encontro esse Deus com uma lança na minha cabeça. Tô fora!” Mais ainda, “se esse tal de Jesus é a representação dele, não me interessa”. Pronto, cresci assim!

A minha mãe já me influenciava com o espiritismo e eu li o primeiro romance espírita “A Vingança do Judeu”. Eu achei este livro “perdido” em uma estante da casa da minha mãe. O livro me arrebatou! Me emocionei muito… mas se falasse em Jesus, eu pulava estas partes.

Mais tarde, fui conhecer o Budismo, afinal lá não se fala em Jesus, nem Deus, visto que Buda é precursor de Jesus. Me senti muito confortada! Busquei a história do Príncipe Sidarta Gautama (Buda) para não correr o risco de ser “punida” e fiquei maravilhada com toda a sua trajetória [https://www.youtube.com/watch?v=-eEq9koFl3E]. Ele ensinou como é importante me libertar do sofrimento e me deu técnicas claras para tal. Aprendi a meditar e até ganhei uma imagem de um Buda lindo que abrimos o seu olho em uma cerimônia muito legal. No entanto, não conseguia me envolver com os rituais budistas, que são muito legais e ajudam muito, mas não conseguia ter empatia e eu tentei muito!!!

É fato que nunca deixei de ler os livros espíritas, pois a mediunidade sempre esteve presente e eu precisava entender os meus processos internos. Até que, pela dor, comecei a frequentar um centro espírita. Em uma das palestras que assisti, ouvi que Deus é sempre bom! Pensei: Sei! E o palestrante foi dizendo sobre a vida de Jesus. Pensei: Sério, esse cara fez isso tudo?

Pronto, foi o fio da meada para que eu pudesse iniciar uma trajetória de estudos sobre a Biografia de Jesus, sem os atavismos religiosos ou crenças limitantes. Descobri um homem que era puro amor e ao mesmo tempo revolucionário. Ele, na época da hierarquia e da disputa por poder, do olho por olho e dente por dente, ensinava o amor e, como fez com a multiplicação dos peixes, ensinou técnicas de trabalho em cooperativas. O seu grupo, longe de ser pobrezinhos, era um time… talvez até um embrião das técnicas ágeis de gestão (esse comentário vai para a minha equipe de trabalho).

A Galiléia era uma cidade aonde se iniciavam as revoltas contra o sistema. Jesus era um messias, mas em toda família nascia um messias. Isso por si só não o deixava grande. Ele discursava com adultos e jovens, ricos e pobres, homens e mulheres. Em seu time de discípulos havia uma mulher, grande líder, Maria Madalena. Isto em uma época em que a mulher era um objeto e não tinha posição na sociedade. Ele ensinou que se deve ser manso de espírito e ao mesmo tempo derrubou as bancas de cambistas na frente do templo, jogando tudo pelo chão. Ele dizia: Todos vocês são meus irmãos, em uma época em que o patriarquismo imperava. As pessoas diziam: Sou filho de Fulano e ele dizia: “nosso pai está no Céu”. Não é maravilhoso!

Ele curava a todos com a energia do seu amor, conexão direta com Deus, que ele andava em sintonia pura. No entanto, fazia isto aos sábados, quando era proibido, para mostrar que as obras são mais importantes que as palavras.

Como diz, Kardec, Jesus nada escreveu; entretanto, ajudado por alguns homens tão obscuros quanto ele, sua palavra bastou para regenerar o mundo; sua doutrina matou o paganismo onipotente e se tornou o facho da civilização. (KARDEC, Allan. A gênese. Cap. 15, item 63.)

Como dizem: encontrei Jesus. O homem que não foi mágico. Não ganhou superpoderes de Deus. O homem que é tão filho de Deus quanto eu. E, pelas suas atitudes, ele se agigantou diante de mim e acabou se tornando modelo e guia, caminho e verdade!

Tenho muitos amigos religiosos e muitos amigos da vertente anti-religião, que se dizem espiritualistas. Vejo que os dois grupos se fecham para o conhecimento pelas crenças limitantes. Vale a pena se abrir para o conhecimento e escolher um grupo religioso para o convívio, sabendo que é apenas uma instituição para nos apoiar e nos unir, e não para nos separarmos. Acredito que todos: Buda, Jesus, Francisco de Assis, Maria, João, Dalai Lama, todos… estão cuidando de todos nós e do planeta Terra!

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Aproveitando o ensejo, convido vocês a ler sobre a Biografia de Kardec e vocês vão descobrir um outro grande homem, que teve muita relevância histórica. Recomento: Kardec. A Biografia (Português), por Marcel Souto Maior. Vale a pena ler este livro, visto que Marcel não é espírita e ele apenas relatou fatos históricos, ou seja, sem atavismos religiosos.

Luz Estelar!

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