Ao pensarmos no contratualismo de Hobbes, podemos extrapolar a ideia e entender que todas as relações são como um contrato firmado entre partes. Ou seja, ao iniciarmos uma relação qualquer estabelecemos cláusulas que ao serem descumpridas causam um transtorno e tanto.
Pensem que no início de um “contrato” de amizade podemos estabelecer algumas cláusulas como: a) Sempre que uma ligar para a outra, a ligação deverá ser atendida a todo custo; b) Não teremos segredos entre nós; c) Não sairemos com outras pessoas sem convidarmos uma a outra. etc… escolhi questões que parecem absurdas, mas algumas relações se firmam em cláusulas aparentemente absurdas. Se for efetivamente “assinadas” por ambas as partes, podem funcionar por um bom tempo. No entanto, em algum momento, uma das partes pode mudar de opinião e as cláusulas contratuais precisam ser revisadas.
A insatisfação com alguma cláusula, se não for debatida, pode gerar uma frustração e um rompimento do contrato unilateralmente. Esta é a atitude que vulgarmente chamamos de traição. Aí cabem aos dois decidir se vale a pena estabelecer um novo contrato, com novas cláusulas, ou encerrar aquela relação contratual e seguir em frente. Simples assim… só que não, né? Este processo geralmente é bastante dolorido.
Somos apegados às relações adoecidas em que a doença de um alimenta a doença do outro. “Se você se cura? Como eu fico com a minha carência afetiva? Vou ter que dar conta disso? Não, você não pode crescer e me deixar… não topo cláusulas novas e sadias, quero manter a segurança de um contrato adoecido.” Estranho, né? Mas é assim que nos comportamos muitas vezes.
Visualizar as relações como contratos torna as coisas um pouco mais práticas. Podemos entender que todo contrato tem uma utilidade, um objeto a ser adquirido, e este objeto é a experiência e o aprendizado. Assim, um contrato nunca dá errado se você aproveita as experiências para o aprendizado. Você poderia dizer que estou errada e que os contratos tem por objetivo a felicidade, mas não é assim que funciona. A felicidade é uma busca sua e somente você pode acessá-la e desenvolvê-la. O aprendizado adquirido com os contratos vão lhe proporcionando ferramentas para o autoconhecimento e este sim é o caminho mais seguro para a felicidade.
Fato é que quanto mais você se conhece, mais você estará hapto a definir cláusulas para construção de relações sadias e duradouras. As relações sadias, em geral, são sinais importantes de que você já trilhou no caminho do autoconhecimento e poucas coisas te tirarão do seu eixo e do seu estado de felicidade ou, como diz Jesus, do “Reino de Deus”.
Um relacionamento em que cada um pode ter a liberdade de ser quem é, autenticamente, e ao mesmo tempo compartilhar a alegria de viver ao lado de um outro que também pode ser autêntico é maravilhoso. Seguindo a orientação de um mentor amigo, nunca esqueça de colocar em seus contratos três cláusulas: respeito, amizade e liberdade, elementos chave para relações de amor.
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Luz Estelar.
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