Olá!
Vou falar de um tema que surgiu em uma conversa entre amigas do coração. A metáfora da bigorna! Algo que coube muito para mim mesma e nos gerou uma série de reflexões interessantes e risadas ao lembrar dos desenhos animados. Pergunto: porque você continua carregando uma bigorna para todo lado? Solte! Deixe fluir!
Tudo começa assim…
De repente uma preocupação ou uma questão chega na sua mente como uma visita inesperada. Ela vai ganhando espaço em sua vida e acaba por ser uma grande bigorna que você passa a carregar para cima e para baixo. A metáfora da bigorna é perfeita neste caso! Pense bem: ela é pesada, é grande e é um grande incômodo carregá-la para todo lado. No entanto, você nem cogita a ideia de soltá-la. Incrível, né?
Vou ser mais prática…
Pense em uma pessoa que deseja parar de fumar. Assim, ela precisa sair do ponto A (atual) e ir para o ponto B (futuro). Ela espera chegar ao ponto B, não fumante, mas ao invés de focar a sua mente em B, ela fica sentindo-se culpada e se estaciona no ponto A. Ela se pune o dia inteiro por ter fumado mais um cigarro e toda vez que ela tosse, ela entra em um processo de culpa e volta a sua mente para o ponto A. Está aí a bigorna do fumante, mas existem várias bigornas por aí. A bigorna da obesidade. A bigorna das contas para pagar. A bigorna de uma doença. Parece até que as indústrias ACME não param de produzir bigornas.
Bigorna das indústrias ACME
Além do efeito claro na nossa vida de que uma bigorna nos pesa muito e torna a caminhada bem difícil, há um outro efeito muito importante chamado Zenon Quântico. Ele ocorre quando estamos caminhando do ponto A para o ponto B, mas ficamos tão focados e preocupados em sair de A, que simplesmente não saímos.
Zenon Quântico (alguns chamam de Zenão Quântico)
Antes de explicar o conceito, é importante te lembrar que somos feitos de átomos. Além disso, precisamos ter em mente que um átomo é pura energia. Ainda, lembre-se que estamos imersos em grandes contextos de átomos e energias: o ar, o sol, a terra, os alimentos, uma mesa, uma cadeira. Tudo é energia. Por algum tempo, os acontecimentos do cotidiano eram explicados pela Física Mecanicista de Newton, mas já faz um bom tempo, desde 1905 com as publicações de Einstein, que todo entendimento vem se convergindo para a Física Quântica.
A primeira publicação matemática tratando o termo Zenon Quântico aconteceu em 1976, em um artigo de Misra e Sudarshan. O nome foi inspirado no filósofo grego Zenon de Eléia.
O efeito Zenon quântico é a inibição das transições entre estados quânticos através de repetidas medições de um estado. [1]
O efeito Zenon Quântico acontece quando o observador mede a trajetória de um átomo seguindo a trajetória de A para B. Ao produzir uma medição, o átomo estaciona no ponto A e, quanto mais se mede, menos chances do átomo chegar até B.
Na prática, funciona assim…
Seu chefe lhe solicitou um relatório que você demoraria um dia para concluí-lo. Então, a cada cinco minutos ele interrompe o seu serviço e confere se você está realmente fazendo o relatório. Ao final do dia, você não conseguiu sair do começo (ponto A).
Um exemplo para o efeito Zeno quântico seria um núcleo radioativo. Se após uma hora medíssemos quantos átomos decaíram em uma amostra, suponha que 50% deles o tenham feito, ao medir a cada minuto, no final (após uma hora) menos de 1% teria decaído! E no limite, se observássemos continuamente o núcleo radioativo, ele nunca decairia! [2]
Assim são os nossos desejos e questões. Toda vez que você produz uma medição, ou seja, conferindo se você saiu do ponto A (inicial), revendo o pedido, você estaciona em A. Vira o chefe Zenon… brincadeirinha… O fato é que o ponto A se torna aquela grande bigorna que você insiste em ficar carregando.
Então o que fazer?
Bom, se a meta é chegar até o ponto B (final), cabe você começar a vibrar em B. Voltando ao caso do cigarro, você precisa soltar o ponto A e não ficar tão preocupada em chegar ao ponto B. Simplesmente caminhar. Para exemplificar melhor, ao invés de ficar se lamentando cada vez que você acende um cigarro, você precisa passar a comemorar cada momento que você não fumou e agradecer cada caminhada que você conseguiu fazer para restabelecer a condição respiratória. Assim, você para de ficar medindo o quanto você saiu de A e curte o caminho sem ter tanta ansiedade. O ponto A não interessa mais. Solte a bigorna!
Ou seja, solte a bigorna, caminhe leve, comemore cada conquista e seja grato.
Assim, você acelera a chegada ao que você deseja!
Referências: 1 – Seminário de Quântica Aplicada nº USP: 7524592, Renata da Fonseca Moraes Batista, “Efeito Zeno Quântico”. http://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2011-1%20SFI5774%20Mecanicaquantica/Seminario%20-%20Renata%20-%20Efeito%20Zeno%20quantico.pdf 2 – Monografia de Priscila Cavassin, Efeito Zeno Quântico, Universidade de São Paulo, 14 de junho de 2017. 3 – http://professor.ufrgs.br/fernando-haas/files/fisica_moderna.pdf
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